Os políticos e a previdência

Ontem, no dia da independência do Brasil, estava assistindo ao Jornal Nacional quando vi a notícia de que os trabalhadores franceses entraram em greve geral contra a reforma da previdência. A principal medida desta reforma está no aumento da idade mínima para aposentadoria dos atuais 60 anos para 62 anos. A medida entraria em vigor gradativamente até 2018.

Muitos países europeus já tomaram atitude semelhante. Só para ilustrar, a idade mínima para aposentar-se na Alemanha e na Espanha é 65 anos. A Grécia pretende chegar a esse patamar até 2015 (atualmente são 60 anos).  Nos Estados Unidos a idade mínima para aposentar-se é 60 anos, mas para obter a pensão completa é preciso ter 66 anos. Na Itália, contudo, a idade mínima é 57 anos, mas em 2013 deverá ser de 61 anos.

No Brasil, a idade mínima para aposentadoria é de 65 anos para homens e 60 para mulheres. Para os trabalhadores rurais, a idade mínima cai cinco anos. Nunca entendi o porquê dessa diferença, pois os que trabalham no campo não precisam comprovar contribuição (ao contrário dos trabalhadores em geral, que precisam comprovar 180 meses de contribuição) e apenas têm que provar, por documentos, que exerceram a atividade. No final, são dois privilégios: aposenta-se sem contribuir e ainda recebe por mais tempo.

Sou muito crítico em relação aos nossos políticos. Acredito que muitos deles pensam pouco no futuro do Brasil e muito em suas próprias carreiras políticas. Não se importam que seu legado seja um buraco nas contas públicas. Digo isso porque o Brasil, um dos países mais jovens entre as grandes economias do mundo (idade média de 28,6 anos, em comparação aos 43,8 da Alemanha, 39,4 da frança e 43,3 da Itália, por exemplo), gasta 11,5% do PIB com pagamento de aposentadorias, mesmo volume gasto em países europeus bem mais velhos. E ainda têm candidatos por aí que falam em acabar com o fator previdenciário, distribuir benefícios a torto e a direito, aumentar o salário mínimo para níveis absurdos, entre outras baboseiras.

Este é, portanto, um post de alerta.

  • Cuidado com as promessas impossíveis de serem atendidas.
  • Cuidado com o populismo barato: a situação crítica e caótica da argentina esta aí para provar que esse caminho não é uma boa escolha para o longo prazo.
  • Cuidado com o Brasil que entregaremos para nossos filhos: não podemos deixar como herança uma previdência pública falida.
  • Vamos votar com responsabilidade. Vamos escolher candidatos que tenham compromisso com o crescimento e a geração de renda.

Um país próspero tem mais condições de dar uma vida digna a seus idosos. E à seus trabalhadores também. A luta da Europa para corrigir seus desequilíbrios é um bom exemplo para nós.

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