Teremos segundo turno…

Para mim foi surpresa que a eleição tenha ido para o segundo turno. Pensei que a força do presidente Lula no Nordeste seria suficiente para liquidar a fatura no primeiro turno.

Resta esperar para ver o que acontece, mas acredito que a vantagem de Dilma é irreversível. O que devemos esperar da economia em um eventual terceiro governo petista? Continuidade da atual política econômica parece ser o cenário mais provável.

Quem seriam os responsáveis pela condução da economia? Os candidatos ao Ministério da Fazenda seriam Palocci e Luciano Coutinho. O primeiro, que já tem experiência na área, pois já foi ministro com Lula, daria continuidade à atual ortodoxia econômica, privilegiando o combate a inflação como objetivo maior e subordinando as demais metas, como crescimento econômico e geração de emprego, ao cumprimento das metas de inflação.

E o que podemos esperar se o ministro for Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES? Minha primeira lembrança a cerca das ideias deste senhor é a reserva de informática. Uma política cuja meta era incentivar a criação de uma indústria nacional na área de computação forte e robusta, mas cujo resultado prático foi o atraso digital brasileiro, que demorou anos para recuperarmos. Funcionava baseada na ideia do similar nacional e proibia a importação de qualquer componente estrangeiro se houvesse um fabricante nacional. Uma ideia ruim, não acham? E qual foi a primeira coisa que Luciano Coutinho fez quando assumiu o BNDES? Reinstituiu a reserva de mercado, dessa vez para os fabricantes de máquinas nacionais. O BNDES não financia, dessa maneira, máquinas importadas caso haja similares nacionais. O que diz mesmo o ditado? Errar é humano, persistir no erro é…?

Dessa forma, caso Luciano Coutinho assuma podemos esperar um aumento do protecionismo à indústria nacional e a consequente perda de eficiência na indústria que isso acarreta. Preferiria que o governo fosse mais responsável na condução da política econômica responsável pela atual valorização do real, mas esse é assunto para outro post. Prefiro Palocci na fazenda. Sei que Palocci foi obrigado a renunciar por conta da quebra de sigilo fiscal do caseiro Francenildo Costa, mas ele representa o mal menor. Por falar nisso, sinto falta do tempo que a quebra do sigilo fiscal de qualquer cidadão seria um escândalo capaz de derrubar um ministro.

No próximo post, escreverei sobre os candidatos ao posto de presidente do Banco Central.

Esta entrada foi publicada em Uncategorized. ligação permanente.

Deixe um comentário