Uma lição das urnas

Mudei muito minha opinião a respeito dos americanos depois da minha viagem. Vi um povo cordato e trabalhador, que não se furtava em parar no meio da calçada para lhe ajudar quando visse alguém com um mapa na mão ou se oferecer para bater uma foto sua quando visse que era isso que você estava precisando. Sim, são paranóicos quando o assunto é segurança e talvez se achem superiores, mas se nosso país atingisse apenas metade do padrão de vida do americano e uma pequena parte do seu censo de coletividade, também nos acharíamos melhores que os outros. Dentre todos os países que conheci, os Estados Unidos foram os que mais me surpreenderam. Positivamente. Arrependo-me de não ter visitado antes. Não vi nas ruas os sinais de crise que tanto amedrontam os americanos, mas ser turista é uma coisa, ser trabalhador é outra. Os Estados Unidos estão sentindo o peso da crise e o presidente Obama recebeu um recado claro e inequívoco das urnas: o encantamento com o novo e a esperança de dias melhores por detrás do slongan de campanha “Yes, we can” acabaram-se. O presidente Obama fracassou nestes dois primeiros anos de governo. E ele reconheceu isso, num gesto de estadista. Sinto inveja dos americanos também por isso. A humildade do seu presidente garante aos americanos que, se for preciso, ele sentará com a oposição para que juntos, possam encontrar uma saída para a crise. Sonho com um dia em que nossos governantes farão o mesmo.

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