Clap, clap, clap

Deu na Folha de São Paulo: o custo do aumento das reservas durante o governo Lula superou o investimento federal em obras. Entre 2003 e 2009, gastamos R$ 136,2 bilhões para manter as reservas, enquanto os gastos com obras foram de R$ 132,7 bilhões.

O mecanismo de geração do custo funciona mais ou menos assim: digamos que tenham entrado US$ 1 bilhão de dólares no Brasil. Esse recurso, que chega via sistema financeiro nacional, é trocado por mais ou menos R$ 1,7 bilhão. Como os bancos comerciais não têm interesse em manter esses dólares em caixa, acabam vendendo para o Banco Central, aumentando as reservas cambiais. Isso aumenta a oferta de moeda, pressionando o consumo e a inflação. Dessa forma, o Banco Central deve retirar esse excesso de moeda para evitar aumentos de preços. Faz isso emitindo letras do BC, que remuneram o investidor pela Selic.

E aí reside o problema. O Banco Central aplica suas reservas no mercado mundial pagando juros internacionais, hoje da ordem de 1% ao ano. E o custo de retirar o excesso de moeda hoje é de 10,75% ao ano, atual patamar da Selic. A diferença entre a taxa de juros interna e a externa representa o custo de aumento das reservas.

Atualmente o governo tem reservas em excesso, não há necessidade de tanto volume. Mais da metade deste montante foi obtido atraindo capital especulativo. Este foi atraído pela alta taxa de juros paga pelo governo brasileiro. E a Selic é alta porque o governo gasta demais. Observação do blogueiro: gasta demais e mal.

Outra pergunta: o que o governo fez com essas reservas? Nada. Absolutamente nada. Guardou o dinheiro.  Emprestou para o FMI, falava a então candidata Dilma. Um erro grosseiro que se pode comparar a pegar dinheiro no cheque especial para fazer uma aplicação na poupança. Uma burrice. Já tínhamos alertado sobre isso em outros posts. Palmas para o governo Lula.

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